sexta-feira, 8 de julho de 2016

Professora Luzia

Tenho muitas lembranças de minha infância, talvez por eu ter sido muito agitada. Quem diria, hoje, eu ter me tornado uma sedentária que passa o dia todo no sofá e chora para treinar 3 vezes por semana, sendo que na maioria das vezes nem treino.


Tenho uma teoria: gastei toda a energia em minha infância/adolescência e agora estou esgotada.

hauahuahauahuahuahau!!!!



Enfim, fui muito ativa. Quando estava na 5ª série, praticava vários esportes e, como a maioria dos alunos, minha professora preferida era a de Educação Física. Essa não poderia faltar, por isso não julgo meus alunos por idolatrarem esse profissional e essa aula, porque, vamos falar a verdade, praticar esporte é muito bom, sair da sala é muito bom, sentir-se livre é muito bom....Não dá para as outras disciplinas concorrerem! Ainda mais se tiver um bom profissional que amplie seus horizontes em relação ao esporte.



EU TIVE.

PROFESSORA LUZIA.






Lembro de algumas situações com ela, primeiramente como professora em relação específica a sua disciplina.
Professora Luzia me apresentou muitos esportes. Ensinava a teoria e nos fazia aplicar na prática.

Aprendi com ela o basquete, futebol, vôlei, salto em distância, handebol....

Eu joguei tudo porque aprendi tudo com ela.

Ela ficava brava se não fazíamos corretamente, efusiva, explosiva e sempre certa, como professora, acredito que há momentos em que o aluno precisa de algo mais forte e incisivo. Ela controlava a turma, não se importava com seu desgaste físico ou psicológico.

Em minha memória, neste momento, vejo-me jogando basquete, Colégio Estadual Dom Manuel Könner, competitiva, levei uma braçada na goela (hauhauahauahua), perdi o ar, achei que ia morrer....Foi na sua aula, professora. hauahuahauahu Em menos de 5 minutos voltei a jogar, não poderia perder minutos sagrados da aula de Educação Física.

Lembro de quando aprendemos o vôlei, não era fácil jogar seguindo regras, mas jogamos.

Salto em distância, o colégio tinha a pista! Hoje, nenhum colégio em que leciono ou lecionei a possui. Lembro que meu amigo com problema no joelho fez questão de praticar. Lembro que tinha que cair com as mãos para frente....algo assim, para aumentar a distância. Desculpe, professora, já esqueci como era.



Lembro de ter cortado meu tornozelo ao andar de bicicleta em minha casa, naquela época não íamos  ao médico por pouca coisa, como se levar pontos fosse pouca coisa! hauahuahau Enfim, deveria ter levado pontos, porém minha mãe lavou com cachaça para desinfetar e dava banhos com babosa, para todos nós, estava tudo certo.

Pena que meu pé começou a ficar com uma cor diferente, parecia que ia apodrecendo, MAS EU JOGAVA MESMO ASSIM, bem capaz perder a aula de educação física. Só que a Professora Luzia percebeu, preocupou-se, tirou-me do jogo, orientou-me.

"Peça para sua mãe te levar ao hospital, menina!"

Eu era uma peralta. Sou ciente disso. Gostaria de ter feito diferente algumas coisas, mas creio que vivi a fase plenamente. Fui feliz...

Mas essa professora não se deteve somente à sala de aula. Ela me apresentou o teatro e a dança.

Num sistema educacional em que o governo não investia nas artes, isso foi muito grandioso e generoso da parte dela.

Ela não precisava disso, mas fez.

Montou conosco uma peça, que levo comigo ainda hoje, pois já montei 2 ou 3 vezes, chamada "A bruxinha que era boa" de Maria Clara Machado.
Se quiser ler sobre, clique aqui: Teatro "A bruxinha que era boa" - Pacaembu

Lembro da senhora esbravejando no palco do colégio, tentando exemplificar como deveríamos fazer, como era importante que nos soltássemos. E foi um sucesso!

Como era bom!

Lembro-me que após inúmeros ensaios, a bruxinha Ângela, presa na torre de piche, perguntaria ao menino como era o nome dele e ele responderia "Pedrinho". Mas foram muitos ensaios.... No dia da apresentação sai um...



"Como é seu nome, Pedrinho?"

A escola inteira caiu na gargalhada.




Lembro da abertura dos jogos que ela nos ensaiou para uma dança. Roubei, não me orgulho disso,  glitter de minha prima Nena, ela sempre tinha essas coisas em casa, pensando que se eu girasse soltando o glitter, no final da apresentação, ia ter um efeito gigantesco de brilho e esplendor.

Porém, todos nós sabemos que o glitter nem apareceu, só fiquei que nem tonta tentando abrir os potinhos e a profe Luzia me fazendo sinal desesperada, não entendendo o que eu tava fazendo. hahahahahahah

Professora querida, hoje tenho 35 anos, na época, devia ter no máximo 12 anos. É muito tempo.Tive a alegria de, semana passada, a senhora me reconhecer em uma postagem de uma querida colega e vir falar comigo. Fiquei muito feliz em restabelecer contato. Como eu já havia falado, havia procurado pela senhora, mas sem sucesso.

De tantos professores que passaram por mim, poucos lembro sequer o nome. Mas o nome da senhora nunca esquecerei. As lembranças não se apagarão jamais. A senhora fez diferença em minha vida, quando criança, e tudo reflete em minha vida profissional.

Agradeço-lhe por ter doado tanto de seu tempo por mim e meus colegas. 

A senhora foi muito generosa.

Muito obrigada por tudo, professora Luzia.



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