sábado, 13 de junho de 2020

As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell

As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell

O Rei do inverno / O inimigo de deus / Excalibur

 1.586 páginas sobre a “lenda” de Artur, aquele que nunca foi rei


Para mim, é difícil tirar o “rei”. Sempre falei “O Rei Artur!”. 

Quase toda a história foi alterada em meu imaginário.

 

Se resolver ler meu texto, saiba que não contarei o enredo em si, mas farei observações gerais que podem conter spoilers, com base na perspectiva e estudo de Cornwell.

 

1.       A história é narrada em 1.ª pessoa, por um personagem fictício chamado Derfel que, ao meu ver, rouba a cena e ganha maior destaque do que o próprio Artur. Cornwell torna Derfel muito mais interessante do que o mote do livro, conta a história desse lanceiro deixando a de Artur como plano de fundo.   Saio da leitura conhecendo a história de um novo personagem que construiu sua vida com base na fidelidade que tinha por Artur.

2.       Artur, para mim, foi retratado como um herói insosso, sem ambição... Sabe aquela personagem boazinha de novela? Aquela que chega a irritar? A culpa é de Derfel.

Derfel constrói uma imagem de Artur que mantém a bravura, a honestidade e as demais características atribuídas a um cavaleiro medieval, mas não consegue nos mostrar sua alma. Foi como se eu conhecesse Derfel até às tripas, mas Artur permaneceu um estranho.

3.       Guinevere foi uma personagem que provocou em mim diversas reações. Tive que chegar ao volume 3 para reconhecer a construção cultural machista que indiretamente havia em minha leitura. Guinevere cometeu erros? Não a julgo mais. Perto de Guinevere, Artur é um fraco.

Fico feliz em relatar que consegui me policiar e deixar essa deusa de cabelos vermelhos incendiar minha leitura no último volume.

4.       Merlin, Morgana e Nimue – núcleo principal no quesito magia. Merlin foi uma surpresa. Mago ou charlatão? Qual a imagem que Cornwell quis passar por meio da visão de Derfel? Existia a magia ou era somente conhecimento atrelado à esperteza? Não sei.

Merlin era um velho egoísta e abusador. Morgana uma mulher fraca e influenciável. Nimue foi a rocha. Novamente, se eu não estiver enganada, Nimue figura uma nova personagem criada por Cornwell para contar a história. Temos novamente um desvio do foco, ao meu ver. Queria saber de Morgana, mas tive que acompanhar a Nimue. Embora seja uma excelente personagem, não atendia as minhas expectativas de leitura.

5.       Lancelot foi um bosta.

A história em si é muito boa, recomendo. Porém, caso resolva ler, precisa estar ciente de que lerá um texto bastante descritivo em relação aos embates físicos. São batalhas e mais batalhas sendo descritas. Muitas questões relacionadas ao adentramento do cristianismo na Britânia, também.

Sinceramente, colocando-me como alguém que não precisa assumir passionalmente um lado, acho que Artur e Derfel foram dois cretinos em relação ao Mordred e aos filhos de Artur. Eles eram responsáveis por cuidar do rei Mordred, criá-lo, mas o tratavam como um ser indesejado, criaram-no sem amor, ou seja, são responsáveis por seus defeitos de caráter e pelos fatos que se desenrolaram. Artur de certa forma renega os próprios filhos por outra mulher. Dane-se a época e o contexto! Herói é herói! Herói jamais abandona um filho!

Enfim, deixo a recomendação. É uma boa obra.


O DESTINO É INEXORÁVEL!

 Merlin




2 comentários:

  1. Obrigada pelas suas descrições e opiniões sobre as leituras e sobretudo obrigada por partilhá-las. É muito generoso da sua parte.
    Ft

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